Água de lastro é o material que preenche os porões do navio descarregado equilibrando sua estrutura durante a navegação ou quando está atracado no porto.
Considerando uma grande embarcação sem carga, torna-se instável para navegação, aumentando assim o risco de acidentes em águas agitadas ou durante tempestades. Quando o navio chega a outro porto para receber uma nova carga, a água de lastro é então despejada no mar num processo chamado de deslastro.
Antigamente, pedras ou areia eram usadas para este fim, mas no final do século XIX essa prática foi alterada e a água passou a ser o material preferido.
Por ano, são movimentadas aproximadamente 10 bilhões de toneladas de água de lastro no mundo. Estima-se que mais de 80 milhões de toneladas de água de lastro sejam lançadas anualmente no litoral brasileiro, onde 95% do comércio exterior acontece por via marítima.
O mexilhão verde, conhecido como *Perna canaliculus*, é uma espécie nativa da Nova Zelândia, mas se tornou uma preocupação em várias regiões, incluindo algumas áreas do Brasil, devido à sua introdução acidental em novos ecossistemas. Sua relação com a água de lastro é significativa, pois essa água, utilizada por embarcações para garantir estabilidade e equilíbrio, frequentemente contém organismos aquáticos, incluindo larvas de mexilhões.
Quando os navios descarregam essa água em portos, esses organismos podem ser introduzidos em ecossistemas onde não têm predadores naturais, o que pode levar a uma rápida proliferação. O mexilhão verde, com sua alta taxa de reprodução e capacidade de colonizar superfícies, pode competir com espécies nativas por recursos e habitat, prejudicando a biodiversidade local e alterando ecossistemas aquáticos.
Medidas de controle, como a regulamentação do uso de água de lastro e programas de monitoramento, são essenciais para mitigar os impactos da introdução de espécies invasoras como o mexilhão verde.
As opções atualmente para diminuir o impacto ambiental nas (águas de lastro) que chegam a ser considerada são:
- métodos mecânicos de tratamento, como filtragem e separação
- métodos físicos, como esterilização com ozônio
- luz ultravioleta
- correntes elétricas
- tratamento térmico
- métodos químicos, que envolvem a adição de biocidas à água de lastro para eliminar organismos.
Todas essas alternativas requerem esforços significativos de pesquisa para o futuro. Os principais desafios estão relacionados à escala dessas novas técnicas, que precisam ser capazes de lidar com grandes volumes de água de lastro, igual às cerca de 60.000 toneladas que um navio graneleiro de 200.000 DWT pode carregar.
Assim, se pode concluir que a água de lastro, apesar de sua função crucial na navegação, representa uma séria ameaça à biodiversidade marinha ao facilitar a introdução de espécies invasoras. Essas espécies, como o mexilhão verde, podem competir com as nativas, causando desequilíbrios ecológicos e reduzindo a biodiversidade. A implementação de medidas de controle e tratamento da água de lastro é essencial para mitigar esses impactos, protegendo ecossistemas e promovendo a saúde ambiental. Portanto, a gestão responsável dessa prática é crucial para a preservação dos ambientes marinhos.
Postado pelo Grupo Suricato
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